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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Atravessar a sala - Poema

Atravessar a sala - Leon Nunes

Pé sujo
Pé de goiabeira
Granola garganta abaixo
Que nojo de vermes
Quão lindo serve
a noite falsa dos tempos.
É a sinusite
que ataca
animal feroz
Meu coração
que empaca na estrada de sangue.
A era que estraga e era uma era sem-fim
Que respirar o pó das cinzas dos mortos
Cujo cheiro de fritura amarga sensação
Provoca no estômago de meu cérebro
Um bacanal doentil em que bebo meu líquido
O formoso de minha condição.
Minha pele brilha
é um brilho ofuscante
igual quando passo na beira do lago para matar
meu corpo da sede da impúdica alma
E quando olho no espelho
Vejo o monstro que nunca fui e serei.
Minha mão é como a manhã que nunca acaba
Que aperta o gatilho
De cuja arma a bala de ouro há-de atravessar
a sala
de minha cabeça
que dói e
arranca da carranca meus olhos
vazados.

Poema escrito ao meio dia 13 de outubro de 2016

Todos os direitos reservados a ©Leon Nunes

Abraços no coração
Leon.

terça-feira, 19 de julho de 2016

A cultura da migalha (crônica)

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Muitos acreditam que o escritor não tem o hábito de fazer nada além da ficção, mas não é verdade.
A crônica é um bom exemplo.
Por mais que meu âmbito de fato seja a ficção, também tenho escrito algumas croniquetas.
Aqui vai uma.
Depois diz pra mim o que achou.
Eu os amo.


A cultura da migalha

Segunda-feira 18 julho 2016 6:38
Terça-feira 19 julho 2016


Depois de uma hora na fila – veja, sul do Brasil faz frio, queridão – para pegar uma ficha para clínico geral, final de madrugada 4 graus e sensação térmica mil negativo, além de não ser fácil, é algo cômico não fosse trágico.

Eu explico.

A saúde, no país brasílis, é caótica. Daquelas que dá pena, raiva, desgosto. Médicos (quero crer a maioria competentes) mal remunerados. Locais – postos de saúde – eventualmente mal conservados, com o mínimo de estrutura necessária. Bem. Falei o óbvio.

O que eu não disse, e agora vem o núcleo da proposta qual ponho a baila, é – digamos – a maneira de pensar-agir de muitas pessoas. Tudo bem que chegar cedo e garantir uma ficha é legal. Mas muitas delas preferem vir aos postos às 04 horas da manhã. Tudo para ser o primeiro ou a primeira da fila.
Olha que os postos abrem às 7, aproximadamente.

Alguém pode me explicar a psicologia disso?

Nada justifica, creio, sair de casa tão cedo.  Nada justifica, sequer explica, esta ‘sanha' pelo - pelo quê? Dizer, estufado peito, eu fui o primeiro a chegar! Quão idiota esta atitude, se assim o for. Ah, mas se pode justificar quero ser atendida(o) mais cedo e, bum, fez-se o sol.

Ultimamente está em moda dar nomes como “ cultura do estupro”, “cultura do caralho-a-quatro”, “cultura da descultura”. Nada mais justo chegar às 4 da manhã num posto para ter a primeira ficha (ironia) e alimentar-salientar esta cultura da migalha; somos frangos para abate mesmo (humor negro).


Não proponho soluções, longe disso. Quero, entanto, encontrar um porquê. Provocar discussão sadia acerca do assunto. Quem ainda quer chegar cedo?