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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Atravessar a sala - Poema

Atravessar a sala - Leon Nunes

Pé sujo
Pé de goiabeira
Granola garganta abaixo
Que nojo de vermes
Quão lindo serve
a noite falsa dos tempos.
É a sinusite
que ataca
animal feroz
Meu coração
que empaca na estrada de sangue.
A era que estraga e era uma era sem-fim
Que respirar o pó das cinzas dos mortos
Cujo cheiro de fritura amarga sensação
Provoca no estômago de meu cérebro
Um bacanal doentil em que bebo meu líquido
O formoso de minha condição.
Minha pele brilha
é um brilho ofuscante
igual quando passo na beira do lago para matar
meu corpo da sede da impúdica alma
E quando olho no espelho
Vejo o monstro que nunca fui e serei.
Minha mão é como a manhã que nunca acaba
Que aperta o gatilho
De cuja arma a bala de ouro há-de atravessar
a sala
de minha cabeça
que dói e
arranca da carranca meus olhos
vazados.

Poema escrito ao meio dia 13 de outubro de 2016

Todos os direitos reservados a ©Leon Nunes

Abraços no coração
Leon.

terça-feira, 19 de julho de 2016

A cultura da migalha (crônica)

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Muitos acreditam que o escritor não tem o hábito de fazer nada além da ficção, mas não é verdade.
A crônica é um bom exemplo.
Por mais que meu âmbito de fato seja a ficção, também tenho escrito algumas croniquetas.
Aqui vai uma.
Depois diz pra mim o que achou.
Eu os amo.


A cultura da migalha

Segunda-feira 18 julho 2016 6:38
Terça-feira 19 julho 2016


Depois de uma hora na fila – veja, sul do Brasil faz frio, queridão – para pegar uma ficha para clínico geral, final de madrugada 4 graus e sensação térmica mil negativo, além de não ser fácil, é algo cômico não fosse trágico.

Eu explico.

A saúde, no país brasílis, é caótica. Daquelas que dá pena, raiva, desgosto. Médicos (quero crer a maioria competentes) mal remunerados. Locais – postos de saúde – eventualmente mal conservados, com o mínimo de estrutura necessária. Bem. Falei o óbvio.

O que eu não disse, e agora vem o núcleo da proposta qual ponho a baila, é – digamos – a maneira de pensar-agir de muitas pessoas. Tudo bem que chegar cedo e garantir uma ficha é legal. Mas muitas delas preferem vir aos postos às 04 horas da manhã. Tudo para ser o primeiro ou a primeira da fila.
Olha que os postos abrem às 7, aproximadamente.

Alguém pode me explicar a psicologia disso?

Nada justifica, creio, sair de casa tão cedo.  Nada justifica, sequer explica, esta ‘sanha' pelo - pelo quê? Dizer, estufado peito, eu fui o primeiro a chegar! Quão idiota esta atitude, se assim o for. Ah, mas se pode justificar quero ser atendida(o) mais cedo e, bum, fez-se o sol.

Ultimamente está em moda dar nomes como “ cultura do estupro”, “cultura do caralho-a-quatro”, “cultura da descultura”. Nada mais justo chegar às 4 da manhã num posto para ter a primeira ficha (ironia) e alimentar-salientar esta cultura da migalha; somos frangos para abate mesmo (humor negro).


Não proponho soluções, longe disso. Quero, entanto, encontrar um porquê. Provocar discussão sadia acerca do assunto. Quem ainda quer chegar cedo?




domingo, 10 de janeiro de 2016