Viandante
Leon Nunes
21 de abril de 2012,
sábado
Uma madrugada insone.
Tendo eu viajado por estradas estranhas
Fui dar a uma planície
não menos
estranha
Cuja
magia me foi contagiante.
Cheguei com fome e sede
e, invisíveis, mãos me deram de comer e
beber.
Porém, apesar da realidade
que meus olhos
viam,
Aquilo nada tinha de real
E quando fui atinar o que realmente acontecia
Me encontrei – de novo – naquele caminho
que percorria.
Tudo era repetição
e incontáveis
foram as vezes que me vi naquelas estradas estranhas
E também naquela planície.
Se tudo foi um sonho
Se tudo foi uma realidade
inventada
Se viandei por mundos
escusos
Por que então? Por que continuo a viandar?
Por que não sessou minha caminhada eterna?
Somente ontem fui
perceber.
Minhas mãos estão manchadas.
É que eu não nasci ainda
Para o horror desta vida.
Sou apenas um viandante
À procura da verdadeira das jornadas.
FIM